sexta-feira, 28 de maio de 2010

Padre Luís - Um anjo de branco

Já velho e doente, mesmo assim, ainda gostava de dar a minha voltinha de bengalas nas mãos, mas ainda dava o meu passeiozinho. Encontrava-me na rua com as pessoas aonde falávamos de várias coisa da vida, aonde me pediam para olhar pelas crianças, ainda eram bebés, mal andavam, mesmo assim, velho e doente vinham atrás de mim, caminhávamos bengala nas mãos e todas sorriam, ouvia vozes que me diziam: como consegues olhar pelas crianças se vais de bengala? Eu respondia, as bengalas não me incomodam, consigo olhar também por elas como vós e as crianças são o melhor da vida para uma pessoa passar melhor tempo, assim continuamos a dar o nosso passeio, bastava falar e as crianças ouviam, sentávamos à beira do rio, brincávamos, brincavam, e regressávamos devagar e falávamos, perguntavam, o que elas queriam ser, respondiam, outras ainda mal falavam, outras não falavam, eram pequenas, mas caminhavam todas atrás de mim, como era bom ter alguém tão puro para eu poder falar.

Certo dia, quando nós estávamos no monte, eu perguntei-lhes se elas tinham visto aquilo que eu vi, um anjo de branco, no monte tão conhecido, tão visitado por crianças também, mas eram as minhas crianças a quem eu perguntei, ou se foi só eu que vi, de mão dada, uma delas, essa criança, também viu, era o monte, o anjo apareceu, esse anjo que me deu forças para continuar mais uns anos na minha caminhada, as crianças foram crescendo e cada uma seguiu mais tarde o seu caminho, hoje são homens e mulheres, todos vivem a sua vida, mas dando aos filhos, que muitos já o têm, a educação e o amor que eu sempre deixei. O monte em que passeamos, ficaram muitas recordações, lembranças, aonde continuam passearem e andarem por lá algumas vezes, esse monte está diferente, aí é o monte, o monte, o monte das valinhas, das valinhas, aí que as minhas visões também, nunca lhes falei, com ninguém, não era porque não era bem aceite, então aí comecei a orar, hoje, e a todos os que me seguiam, os que me davam força, me davam animo e me ajudavam, não precisava de muito, só precisava de fé e do amor para conseguir chegar como cheguei ao lugar aonde me encontro e que por vós também olho, por tua força, coragem e fé, para que possam também olhar por aquilo que eu sempre fiz toda a minha vida, olhar e abençoar, todos os que sempre me rodeavam, eram as crianças, nunca tive as mãos vazias, sempre tinha qualquer coisa para lhes dar, mesmo o pão repartido dava para muitas crianças, como elas gostavam, como elas gostavam, um bocadinho, mais outro bocadinho, mais outro e eu ficava com a sensação de que lhes tinha enchido a barriga. Os pais não sabiam o que eu fazia e perguntavam: padre Luís, padre Luís o que fazes aos meus filhos? São tantas aqui as crianças e tens sempre força e alegria para os ajudar, eles fogem de nós, e só querem estar aonde estás, perto de ti, o que eu sorria e dizia, tudo o que lhes dou também podeis dar, amor, muito amor, é isso que elas precisam, e um bocadinho de pão para as alimentar, assim eu seguia o meu caminho, deixava-as ficar e continuava com as minhas orações, com as minhas obrigações que eram muitas, e continuam para sempre, pedindo por todos, respeitando a todos da mesma forma, desde o pequeno ao grande, foi sempre o que me ensinaram, e foi sempre aquilo que eu ensinei, aquilo que eu deixei ficar, amor, caridade e a oração, a fé, e nunca esquecer, sem fé não se pode viver, viver em paz. Vamos orar e pedir ao Senhor por todos aqueles nos acompanham e terem cuidado com as crianças, nem todas as idades são iguais, preciso entende-las, ouvi-las e ama-las cada vez mais, são idades diferentes, idades em que requerem muito de nós, de vós, de nós que estamos aqui, vamos orar, pedir ao Pai, deste lugar onde me encontro, neste momento estou bem próximo de vós, ouvir a vossa voz, ouvir a tua, irmão, várias vezes me vens visitar ao meu local de repouso de carne, aonde repousa só a carne, que o meu espírito vos acompanha.

Eu sou muito visitado, por muitas pessoas, eu tenho que estar sempre pronto com a minha fé para os ajudar, ajudai-os também com as vossas orações, e pedi para que todos sejam ajudados e nunca perderem a fé, há muitos, mas mesmo muitos que querem ser ajudados logo naquele instante, viram costas e nunca mais se lembram que nós existimos, fazem críticas a tudo e de todos aqueles que têm fé, não importa, que mesmo assim eu lhes vou mostrando, que a fé é a única coisa que não se pode perder, sem fé eles não conseguem sobreviver, tudo lhes acontece, mas são provas que Deus lhes dá. São as tais provas em que manda o Pai, para que nós e vós sejamos todos testados, são nesses momentos difíceis da vida em que as pessoas param para pensar e dizer e lembrar, aquilo que tu e outros como tu já lhes têm falado, afinal não é por acaso que as coisas acontecem, para lhes mostrar, é preciso ter fé, para lhes mostrar, não é só o dinheiro e bem-estar, para lhes mostrar, que quanto mais for elevado for o grau de ensino, as coisas também acontecem, são exemplos de vida, em que todos têm, todos têm que passar, agora neste momento, já pensam duas vezes, mas mesmo assim ainda não acreditam, mas, coração duro, muito duro, com provas tão difíceis e muito duro entrar, e falar com esses, com esses corações, estão sempre, tudo resiste a acontecer que raio, o que acontece, é falta de fé, quem tem fé sofre, mas de uma forma diferente, quem não tem fé sofre muito mais, vamos pedir, nas nossas orações, por todos aqueles que não têm fé, e que não nos querem ouvir, que nos criticam, e que as nossas palavras ainda os fazem sorrir, não desanimes, ora sempre que possas, a oração é tão simples e nada custa, não é preciso pagar, é preciso ser orada com fé, aí está o valor da oração, é orar com fé, quem não orar com fé, não tem valor, é como aqueles que têm muito e os outros sem nada, mas os que têm muito, se não tiverem fé, ainda conseguem ser mais pobres, pobres, mais pobres do que aqueles que nada têm, não têm dinheiro mas têm amor e têm fé, vamos orar para que a fé e o amor e a caridade, nunca, mas nunca a percamos, e cada vez mais orar por aqueles que neste momento estão a passar momentos difíceis, e não acreditam que nós os possamos ajudar.

A sabedoria faz falta, a inteligência também, e há coisas que têm de ser tratadas por inteligência, por aquilo que outros nos dirão, a inteligência, sabedoria, Ele nos deu, uns aproveitam e outros não, nem todos nós podemos ter, nem todos nós podemos seguir, mas os que a seguiram toda essa sabedoria, não foi por acaso, mas infelizmente só aproveitaram a sabedoria e deixaram a fé, e a fé neste momento, e neste momento, é o que mais falta faz, já tiveram tudo, aquilo que sempre sonharam, falta-lhes a fé, o amor pelo próximo, e a Deus pertence tudo, tudo o que vós tendes, e como nós somos, somos o amor, a fé e a esperança, vamos fazer como eu fiz e continuo a fazer, orar, orar, orar, mesmo sem ver, basta sentir como sentes, como te dão a sentires, o que sentes e a tua oração chegar aonde muitos não conseguem como tu chegar ao alto, e a tua ajuda, a tua ajuda é sempre bem-vinda, e continua a orar, sempre que possas não te esqueças de passar aqui neste lugar. Ora, orai irmãos, para que todos os nossos sacrifícios sejam aceites por todos nós e levados em pensamentos ao Pai, para que Ele nos possa ajudar a caminhar.

[…] É o monte, o monte da Virgem. (230510)

sábado, 22 de maio de 2010

Padre Luís - Eu lhes dou força, para eles continuarem com a minha obra que eu deixei ficar

Eu tenho escrito em vários livros palavras simples, para que todos as entendam, assim são as palavras enviadas pelo Pai, são sempre escolhidas, feitas para que todos as possam ler e entender.

Ler, tem que ser uma forma de alguma coisa ficar dentro do vosso coração, são as palavras que são ditas e as pessoas acreditam, são aquelas que vêm da alma, enviadas pelo Pai, o Pai que nos dá, o Pai que nos tira, o Pai que nos ajuda, para que nós o possamos o seguir com os seus mandamentos, são aqueles que nos obrigam para que nós possamos todos nos amarmos, como Ele também nos amou.

Estou-vos a falar para vocês possam também falar e repartir com os outros as minhas palavras, são palavras sábias, palavras da alma, palavras que um dia vós também medireis, ouvir aqui no mesmo lugar, todos nos encontramos e juntos estamos para vos dar força, para vos ajudar, para vos auxiliar naquilo que tanto tendes pedido. Pedir também não é fácil, é preciso saber pedir, estamos prontos para vos ajudar, vos abrir o caminho, vos auxiliar.

Já leste o meu livro, aonde mostro lá a minha pequenez, como comecei, precisei de trabalhar para sobreviver, fiz um pouco de tudo até chegar a homem, depois comecei nova caminhada, a caminhada de fé, de luz e de esperança, aonde todos os dias sentava um pouco e pedia ao mestre Jesus para que me ajudasse, me desse força que eu pudesse caminhar nas minhas caminhadas, para ajudar que os outros pudessem entender quanto eu os amava e continuo a amar. Neste momento eu lhes dou força, para eles continuarem com a minha obra que eu deixei ficar, são muitos no mesmo lugar, aonde todos querem mandar, já não se entendem, porque todos querem só lugar, não para ajudar, mas sim com a intenção só de um lugar lhe servir, para eles poderem só ganhar, retirar de lá o sustento para se alimentarem, quando aquilo foi feito para que eles trabalhassem sim, mas com o tempo, lhes fosse dado tentar ajudar.

A obra foi feita nesse sentido de ajudar-nos uns aos outros, que eu tanto trabalhei e deixei ficar testemunho, que eu sempre tentei que passasse de uns para os outros, mas nada é igual, todos tentam sim, só pensar neles, e deixam ficar par trás, aquilo que tanto ensinei a todos os rapazes, falta de fé, de humildade.

Vou orar para que todos possam viver em amor e em paz, por eu tanto fazer, para que eles ainda se possam entender, para que aquele lugar ainda possa ser um lugar aonde eu tanto dei, tanto ajudei, que o meu nome possa ser falado, eu sou o Padre Luís, vou vos deixar com as orações que têm orado. Orem por nós, por vós, por todos aqueles que na minha casa trabalham.

Orai irmãos, para que possamos todos juntos com a oração, ajudar todos os nossos irmãos. Não percam a fé, não percam a fé, muitos já entram sem fé. (160510)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Jacinta Marto - Vai passar momentos difíceis, mais não vos posso adiantar

Sou a Jacinta. Ele ainda tem muito para sofrer até chegar o dia da sua partida, tem muito para fazer, limpar a sua alma, tem que passar por aquilo que nós passamos, tem nos vir buscar, estão todos enganados. As vestes que ele veste, como todos os outros vestiram, são vestes iguais a todos nós, tu vestes as tuas, eles vestem as dele, por dentro quem nos veste é só um, a esse não podemos enganar, como todos fazem. A resposta, quando chegar o momento.

Ele terá de partir e passar pelo sofrimento que tanta gente ele fez passar, é lhe dada a oportunidade de ele se recuperar, mostrando ao povo aquilo que fez e o que sabe, que tinha guardado sem falar, que vão mostrando agora o quanto fizeram sofrer, tantas crianças tão mal estar causaram, mas eram os donos da verdade em que todos os acreditavam, chegou o momento em que alguma coisa já estão a mostrar. A fé dos outros também é grande, e todos juntos conseguimos ultrapassar muitas coisas que estão fechadas, que agora se põem todas fora para que as possam ver, ler, e outros possam ser julgados.

Vai a um lugar, que é um lugar sagrado, onde aí terá ele que orar, estarão lá à espera dele para que ele possa, para que ele possa ser perdoado e dizer-lhe que a porta que ainda está fechada e que ele ainda não está preparado para este lugar.

Eu sou pequenina e fui buscar, fui eu que trouxe a Emília para este lugar, outros irmãos esperam, mas têm que se preparar, assim como esse irmão que vem aonde de lá partimos, vai ter que passar por momentos muito difíceis, mesmo aí na terra.

Vai passar momentos difíceis, mais não vos posso adiantar, assim não teria tanto valor depois de tudo saberdes já não fazia sentido, mesmo não gostando é preciso orar, ele é uma prova do nosso amor e as orações que temos que orar e pedir por ele e por todos os que o acompanham e nós vamos mostrar que naquele lugar é um lugar simples, humilde e não um lugar de grandeza como eles mostram. A nossa humildade foi aquela que nos trouxe a este lugar que nos deixa repartir tudo aquilo que nos deram por todos aqueles que oram e todos aqueles que aqui querem chegar, eu sou a Jacinta, aquela que tudo fez com o vosso amor e os vosso pedidos, por todos aqueles que estão e andam por aqui perdidos, aqui está a nossa Emília ao lado de todos nós, em oração vamos pedir por todos aqueles que caminham. Que a fé seja a última a perder. A orar, é a paz que a oração nos trás. (090510)

Emília Teixeira - Então abre-se aquela porta redonda, é como um circulo

Tantas perguntas que me fazem, perguntam, perguntam, para quê?

É preciso estar preparada para grande caminhada, perguntam, tudo querem saber, a colocar um dia mais tarde vão ter, quem estiver preparado, não tenha medo do sofrer, o sofrimento vezes é necessário para nos testarem a nossa fé, a nossa coragem, o nosso amor, porque um dia quando partires, todos querem encontrar o caminho certo, mas há vários caminhos a seguir, mas passar por aqueles que todos querem passar, esse já é mais difícil de encontrar, ficamos todos à espera uns dos outros para entrar neste lugar. Mas quando nós aqui chegamos, até poder passar, é como um buraco redondo que se abre, aonde do outro lado só há luz, uma luz tão brilhante, uma luz amarela, aquela luz que é tão parecida com o sol, com a luz do fogo, é que nós passamos, entramos e é tão bom, quando conseguimos aqui chegar, deixamos ficar para trás os nossos irmãos, porque eles têm que se preparar, uns estão presos ainda naqueles buracos, é como se ainda precisassem de se alimentar, ainda pensam na comida, ainda pensam guardar vários objectos, mas que nada lhe serve, porque de nada precisam, outros estão no outro patamar, mas mesmo assim, ainda precisam muito de orar, de deixar tantas perguntas fazerem, tantas duvidas terem, precisam é orar para poderem deixar ver a todos aqueles lugares.

Eu já passei para este lugar de luz, aonde entrei, aonde mostro aquele lugar a todos aqueles que aqui queiram chegar, precisam é caminhar e orar muito, ficarmos todos juntos em oração e pedir por todos estes que caminham à procura deste lugar. Dão programas e mais programas, repetem tantas vezes as mesmas coisas, a verdade muitos poucos a conhecem, para a conhecer é preciso aqui estar, só um dia quando partirem e não tiverem preparados, aí vão ver o sofrimento que vão ter, preparar não é fácil, mas é preciso tentar enquanto Jesus os deixa aí andar, todos os dias um bocado de cada vez, orai, orai por todos estes irmãos que aqui estão à espera de poder entrar, seguir esta caminhada, a Deus deixar aqui entrar, eu vou pedir pelos irmãos, são muitos, muitos, muitos, uns pensam que estão muito bem aí, que aquilo que nós fazemos por eles, não é o verdadeiro amor, mas estão enganados, por nós oramos, pedimos, e só mais tarde é que vêm quanto estavam errados, e é tão bom orar , também vão pedindo, pedindo para aqui chegar, então abre-se aquela porta redonda, é como um circulo, é preciso que ela se abra, é preciso entrar, ter muita força, muita fé e muito amor.

Eu estive todo este tempo a preparar aí ao lado, ao lado de vós os dois, bem, bem no meio, para mostrar-vos, o que é a vida do lado de cá, uma vez preparados e as perguntas que fazem, aqui as têm, perguntas que todos querem saber, mas têm medo das respostas, depois inventam, inventam para serem mais fácil entender, mas a verdade não é essa, inventar, inventar todos podem inventar e nunca inventam da mesma maneira, quando cá chegamos, aí é que nós encontramos a verdade, toda essa que vos falei. A minha filha deixei e também faz muitas perguntas, aí as têm, também sofri muito até aqui chegar com a vossa ajuda, com as vossas orações, eu passei primeiro lugar, segundo, até chegar aonde cheguei, o primeiro lugar é tão difícil, andamos todos de lado para lado como andávamos desse lado aos encontrões, ninguém se entende, uma confusão enorme, passamos ao segundo lugar, já começa a melhorar, começamos a orar, começam-nos a mostrar o caminho da verdade, começam-nos a dar aquilo que nós precisamos, vamos preparando, e todos juntos orando, e oramos muito, aí nos vêm buscar, entramos pela porta redonda, tanta luz, tanta, tanta luz que por um instante com tanta luz não conseguimos ver, é belo, a pureza só ao Pai pertence, aonde me encontro hoje, num lugar onde todos nós procuramos estar, estou pronta para vos ajudar, pedir por vós para que sejais ajudados e nunca vos esqueceis de orar pelos mais necessitados, que são aqueles que ficam à espera de serem julgados, orai por todos os que precisam e orai por todos esses que vos rodeiam, a oração é o grande esteio da vida, tentai segurá-los como âncora que se lança ao mar, para ficarem amarrados, lançais a força divina para não os deixar seguir por lugares trocados, com maus pensamentos, má conduta, ajudai-os em oração, porque um dia irão precisar deste nosso encontro, mudas de lugar, onde todos nós olhamos e nos vemos uns aos outros, onde nós esperamos todos aqueles que deixamos ficar.

Eu sou Emília Teixeira, eu estive aqui bem agarrada a vós, para eu sentir o vosso calor, sentir o calor da minha filha, o teu, estava-te a ouvir orar e todas as minhas palavras e as que tu dissestes fazia com que chegassem a todos nós e aos meus irmãos que ficaram sem aceder a este lugar, continuem a orar e a pedir como vós tendes feito a todos os lugares por donde passais. Olhar deste lado não é fácil, estamos sempre à espera, sempre à espera daquilo que vós podeis mandar, o nosso alimento deste lado, só oração e a falar connosco, de nos mandar seguir como vós sabeis fazer e a pedir, neste lugar custa muito passar, muito, muito, passar, estando neste lugar a responsabilidade é muito maior, não posso deixar tentar, tenho de ser forte para poder aqui ficar. Orar, e vamos orar muito, por todos que vem a caminho à espera de aqui poderem entrar, ora irmão como tens feito, ora, ora, ora. (090510)

sábado, 8 de maio de 2010

Jacinta - Eu vou à espera da Senhora

É Jacinta, sabes?

Eu venho falar, falar porque pediste para falar um bocadinho comigo, eu venho para te falar o que tenho para te contar, e é o que tu queres saber, o que nós vimos, e aquilo foi muito bonito, era pequena, saía de casa a cantar, a saltar, e as ovelhas guardar, sempre à espera que a Senhora viesse falar, o meu irmão, perguntava-me aonde vais sempre a correr para esse lugar?

Eu vou à espera da Senhora dizia eu, que me venha falar, anda, vamos correr e saltar, vamos ao mesmo lugar, é bonito e lá nós conseguimos ver aquelas coisas bonitas que todos nos perguntam, e nós nem sabemos explicar, era tudo para aquelas pessoas, eram milagres, para nós era apenas um lugar em que era bom lá estar.

Quando nos começaram a perguntar, a querer saber, nós falamos, ninguém queria entender, faziam as perguntas e davam as respostas que entendiam, juravam muito, nada daquilo que eles falavam era o que nós víamos, sofri, bateram muito, me atiraram de lado para lado, me pisaram a cara, olhos, mas eu continuava a falar o que via, apenas eu falava só o que via.

Era uma luz tão linda, tão brilhante e vinham. Essa luz nos iluminava e nos falavam dizendo: portem-se bem, sejam uns bons meninos e rezem para que o mundo seja melhor, quando os vossos dias chegar, nós vos vamos aí buscar para que caminhem connosco, para que possam depois como nós, orar por todos aqueles que vos querem mal.

Diziam tantas coisas, a principal eram apenas a luz que se transformava numa imagem brilhante, cheia de luz, uma Senhora linda, muito linda, assim foi a nossa vida tornada num desespero.

E quem era essa senhora?

Essa Senhora, perguntei com muito medo o nome, respondia: não tenhas medo menina, ninguém te vai fazer mal, só te venho ajudar, para que possas ajudar os outros e contar o que viste, conta só o que viste, mal passarás, mas não te deixes julgar pelas mentiras dos outros, não mintas e volta sempre que puderes, me encontrarás, vai haver um dia que nós vos iremos deixar para continuardes. Se vos perguntar o que viemos fazer, viemos apenas a este lugar, um lugar de oração onde nos podemos juntar e vos preparar, preparar para que possais deixar quando partirdes a semente que nós vos deixamos ficar, semeai, semeai, para quando ela nascer poder crescer, crescer para que unidos naqueles que foram escolhidos poderem comer, semeai, semeai.

E quem era a senhora Jacinta? Ela disse o nome?

Ela disse, era a Mãe de Jesus.

Era Jesus a imagem ou era Nossa Senhora?

Não, era a Mãe, só via dos ombros para cima, era só luz, não se conseguia ver muito bem, dava muitas voltas.

Nunca estava parada, era?

Era.

E agora explica-me, aquilo que eu li num livro, como foi o milagre do Sol, foi algum objecto que veio do exterior, com pessoas lá dentro ou não?

Não sei, rodava muito, ficavam muitas marcas, tudo brilhava, pareciam caminhos.

Mas era um objecto? Tipo prato ou que era?

Num sei, só via rodar, rodar e muita luz deixar e a voz falar, havia muita luz, parecia um sol, amarela, uma luz, só luz, ficava no alto quase à nossa beira, não chegava ao chão e nós queríamos ver, queríamos ver.

Estava alguém lá dentro? Nesse disco, nessa roda?

Era uma luz, uma luz, não conseguia ver mais, só via a cara da Senhora a falar, iluminava aquele lugar e andava muito rápido, muito rápido, era muito bonito, parava pouco tempo, ia, andava às voltas, mais volta, volta e subia, subia, depois desaparecia.

Depois marcava o lugar aonde nós devíamos estar para no outro dia vir falar, dizíamo-nos sempre a mesma coisa, só queria era estar connosco, que um dia me haviam de me levar e vir ter com eles ao lugar, depois de ter sofrido muito e mesmo muito, mal passar. Minha mãe também passou, e meu pai também, a minha família, prisioneiros sem poder falar aquilo que eu contava, a minha mãe triste ficava por não poder falar o que eu lhe contava, dizia-lhe sempre: cala-te mulher! Não digas essas coisas, porque a tua filha está a delirar vai-a tratar porque ela não sabe o que está a dizer, só são invenções, ela fala, fala, fala sem saber o que está a dizer, não repitas, não vais repetir e deixa-a falar.

E hoje querida irmã, já vistes a mesma imagem? Já vistes a Nossa Senhora do lugar de onde estás?

Neste onde eu estou, estamos muitos, aonde nos falam do bem, aonde nos ensinam como caminhar, aonde vejo os mesmos lugares por donde passei, onde vejo a Senhora, a Mãe de Deus que neste lugar.

A Mãe de Deus queres dizer a mãe de Jesus?

Sim, a Mãe de Jesus, mas sempre nos ensinaram em pequenos, que era a Mãe de Deus, quando dizia-mos Jesus, logo nos diziam Jesus, Deus, Deus é o Pai e Jesus é o Filho, mas Deus é o Pai de todos nós, com Ele estamos, somos os filhos Dele. Quando Ele mandou a Mãe de todos nós para falar connosco, para nos alimentar e continuaram a ser alimentados por eles, por eles somos como uma força que nos dão, chegamos até vós, muitas coisas que falam, nada é verdade, apenas serve e continua a servir para divertir e connosco, connosco por nós não nos poderem ganhar e aumentar cada vez mais aquilo que todos vêm, mas só vêm o que eles deixam ver.

Mas existe algum segredo em que eles saibam e que não querem que nós saibamos, alguma coisa que vocês os três disseram e eles não queiram que se saiba?

Sabem, sabem, a Lúcia e eu, os três, vimos, vimos crianças, muitas crianças como nós pequeninas a correr e a saltar, a brincar connosco, brincamos, brincamos, brincamos muito, por isso é que queríamos ir sempre àquele lugar, aonde lá podíamos todos brincar, depois partiam na luz que os iluminava, que rodava, rodava, rodava, rodava, e nós a ver partir, só nos deixavam luz, muita luz, subia, subia, e nós não víamos mais nada, corríamos para casa com medo, já não falávamos. A minha mãe acreditava, mas pedia-me: minha filha, não fales, guarda tudo dentro de ti e fecha como a mãe fecha o pão numa saca, não deixes palavra nenhuma sair que eles vêm cá novamente e vão-nos pedir para falar, e não nos vão acreditar, no que tu viste ninguém acredita, mas não chores, eu sei que é verdade, tu és a minha pequenina e sei que não precisas de me estar a mentir, porque essa é a verdade, só Ela te faz sorrir.

Esse disco que rodava, essa luz que rodava, fazia barulho quando se aproximava de ti?

Não me lembro.

Ta bem.

Eu tinha muito medo no inicio, tínhamos medo e fugíamos, só víamos ao longe, depois fomos perdendo o medo.

Depois também muitas pessoas viram, não foram só vocês.

Viram.

Também tiveram medo?

Viram, mas quando começou a rodar a rodar, começaram muitos a fugir, outros a gritar.

Mas não era o Sol conforme queriam dizer, que era o Sol que estava a mexer, o Sol não se pode mexer.

Era, era uma luz, uma luz.

E mudava de cor a luz?

Brilhava muito, só brilhava muito, brilhava.

Olha, mas a Senhora, eu sei que só respondes se te deixarem responder, deixou algum segredo conforme os homens aqui diziam que havia três segredos.

Não, só falava connosco, pedia para rezar e que os tempos iam mudar, era só o que Ela falava.

O que Ela pedia para rezar? Alguma oração em especial?

Pedia para falar com Ela, só pedia para falar e pedia para rezar o Pai nosso, mas nós não sabíamos rezar, então Ela nos deixou ficar, deixou-nos ficar no chão escrito o Pai nosso, para nós orarmos.

Mas se vocês não sabiam ler como é que foram ler o que pôs no chão?

Lúcia leu.

A Lúcia sabia ler?

Sabia.

Isso onde foi, nos Valinhos ou na capelinha?

Foi na capela.

(18410)